terça-feira, 8 de outubro de 2024

Resenha Incinerador


Incinerador Resenha Revista Hell Divine

Desde a primeira faixa fiquei otimista com o álbum, pois ele se esforça para sair daquele som modinha, típico e copiado por centenas de bandas de Death Metal que parecem fazer um álbum igual ao outro, do primeiro ao último minuto, da faixa de introdução até a última faixa de bônus. “Enterrado Vivo" mantém a morbidez e a brutalidade do Death Metal, porém, o instrumental que dita essa obsessão pela morte muda o padrão em vários momentos, evitando que a sonoridade se torne maçante e, ao mesmo tempo, sem fugir da identidade do estilo. Os riffs se complementam em hora inesperada, a bateria possui um ritmo variado e apropriado, evidenciando a boa composição, e o vocal é das antigas, sem aquele efeito idiota “estou sendo asfixiado”, As letras estão todas em português, os versos estão muito bem escritos e é simplesmente fascinante ouvir um álbum de Death Metal com esses padrões. Desde a capa, passando pelas letras e terminando no ótimo instrumental... Esse álbum me traz o mesmo entusiasmo quando ouço Death Metal underground dos anos 80, como as demos do Morbid, Amputation e as primeiras demos do Paradise Lost antes de eles mudaram de estilo. Você quase pode sentir o gosto da terra do cemitério molhada na sua boca. “Enterrado Vivo" é, em conclusão, uma ótima experiência que te faz voltar no tempo, quando o Death Metal se preocupava mais em soar mórbido e perturbador do que com a arte da capa altamente elaborada para compensar o som chato e moderninho que parece ser o mesmo em muitas bandas por ai. Digo que hoje em dia tem muita banda por aí que faz suas capas como se fossem telas de LCD, querendo mostrar que são “ultra gore”, mas nem chegam aos pés desse álbum e dos antigos trabalhos de Death Metal que, raramente, inspiram esses playboys com camiseta de bandinhas pop de Death Metal a fazerem música que ressalte a morte de verdade. 

Por Yuri Azaghal


Fonte:
Enviado pelo amigo Marconi (Corujito) da banda Incinerador.


 

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